Este artigo tem por objetivo apresentar as origens, o histórico e a aplicação da Cromoterapia, bem como os resultados da sua aplicação na saúde física, mental e espiritual do indivíduo. Seu conteúdo se baseia nos estudos efetuados durante o curso de Cromoterapia, ministrado pela Terapeuta Holística Maria Dolores dos Santos Fiúza, contando também com a contribuição dos registros dos cursistas Leonardo Tadeu Ferreira Santos Souza, Maria Ester Santana de Sousa e Nora Lícia Costa Silva.
Autora: Maria Dolores dos Santos Fiúza1
Cidade: Lauro de Freitas, Bahia.
1Graduada em Letras com Pós-graduação em Psicopedagogia Escolar e Clínica.
Terapeuta Holística Transpessoal. Profissional & Self Coaching. Doutoranda em Educação pela UNR – Argentina.
Presidente da Associação Beneficente Templo de Oração Holístico Vovô Pedro. Coordenadora Geral e docente no Curso de Pós-graduação em Educação Inclusiva, da Novvus3 Educação.
A Cromoterapia é definida como um estudo científico das cores, bem como dos efeitos de sua aplicação terapêutica, refletindo energeticamente no bem-estar do sujeito.
A palavra tem origem no grego, “khrôma”, que significa “cor”, e “therapeia” que significa “tratamento ou ato de curar”.
Segundo o dicionário, Cromoterapia significa:
- Método de tratamento empregado contra várias afecções, que utiliza luzes de cores em intensidades diversas.
- Uso terapêutico de matérias corantes, como mercurocromo, o azul de metileno etc.
Segundo Ondina Balzano (2008), ela está fundamentada em três ciências:
- A Medicina – arte de curar;
- A Física – estudo das transformações da energia, sobretudo a natureza e a origem da luz,;
- A Bioenergética – ciência que atesta a existência do corpo bioenergético e que analisa a energia vital.
A Cromoterapia utiliza frequências ondulatórias diferentes, emitidas por cada uma das cores do espectro luminoso, com a finalidade de regenerar, restaurar e equilibrar a saúde de um indivíduo nos aspectos físico, mental e espiritual.
As cores utilizadas na Cromoterapia se projetam a partir da incidência da luz sobre um prisma. Essa luz se decompõe, dando origem às sete cores do arco-íris, como verificou o matemático e físico Isaac Newton no século XVII.

Apesar de não ter a intenção de fomentar a Cromoterapia, os estudos e ensaios de Sir Isaac Newton viriam a formar a base estrutural para a utilização das cores de forma terapêutica.
Newton comprovou que um raio de luz solar, atravessando um prisma de vidro, oferecia como resultado a decomposição num feixe colorido, formado por sete cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo/anil e violeta.
Tais cores, futuramente, não apenas seriam utilizadas na terapia com projeção de luzes, mas também foi descoberta a associação dessas cores com os principais chakras do corpo humano.

As cores principais utilizadas na Cromoterapia são: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta.

ORIGEM
A intervenção terapêutica através das cores vem sendo praticada, desde tempos remotos, na Grécia, no Egito, na China e na Índia. Apesar de não existirem registros precisos da sua origem, há indícios de uso da Cromoterapia, de forma intuitiva pelo homem desde tempos primitivos – quando não havia consciência do campo vibratório – utilizando a luz solar como meio de energização e cura.
Segundo o Dr. Paul Galioughi, o primeiro povo a tratar os seus doentes com as cores foi o egípcio, utilizando pedras preciosas e flores.
HISTÓRICO
Leonardo da Vinci

Uma das primeiras mentes a se dedicar ao estudo da influência das cores no ser humano foi Leonardo da Vinci. Ele fazia experiências com seus modelos, utilizando as cores com que os pintava para influenciar seus estados de espírito.
Por volta do fim do século XV e início do XVI, publicou o “Tratado da Pintura e da Paisagem: Sombra e Luz”. Este trabalho consistiu na reunião de ensaios e formulações teóricas, como os conceitos de cores primárias e a percepção do branco como a reunião de todas as cores. Também descobriu e revelou o conceito de luz e trevas como meio de revelar os fenômenos cromáticos e o da simultaneidade dos contrastes de cor.
Johann Wolfgang von Goethe

Já no século XVIII, o cientista alemão Johann Wolfgang von Goethe empreendeu uma longa pesquisa sobre as cores, a forma como elas tudo influenciam, desde o planeta até o ser de forma individual. Sua pesquisa foi revelada após 40 anos, já em 1810, evidenciando o aspecto fisiológico das cores e o conceito de cores primárias e secundárias. Resultou também na conclusão de que as cores têm a capacidade de produzir efeitos sobre quem as recebe. Ele concluiu que o vermelho é estimulante, o azul calmante, o amarelo produz alegria e o verde é relaxante.

Goethe, com sua obra Teoria das Cores, além de revelar a influência positiva e negativa das cores sobre o sujeito, seja em nível físico, mental ou emocional, estimulou artistas e teóricos da posteridade.
Edwin Babbitt

Anos depois, em 1878, Dr. Edwin Babbitt publicou “Os princípios da luz e da cor”, relatando experiências de cura através da aplicação de diversas cores.
Niels Ryberg Finsen

Já no século XX, o Niels Ryberg Finsen (médico dinamarquês) ganhou o prêmio Nobel de Medicina em 1903, pelos resultados positivos de seu trabalho a partir da aplicação de radiação ultravioleta em pacientes com tuberculose cutânea.
Dinshah P. Ghadiali

Em 1920 o médico indiano Dinshah P. Ghadiali desenvolveu o “Spectro-Chrome”, aparelho que tratava vários tipos de doença com cores específicas, através da “terapia da luz e da cor” e em 1933 publicou sua obra de três volumes: “Spectro-Chrome Metry Encyclopedia”.
A partir dos anos de 1960, em nível mundial, as maternidades passaram a utilizar a luz ultravioleta para tratar a icterícia nos recém-nascidos, em especial nos bebês prematuros.
Albert Fritz Popp

Mas foi a Teoria dos Biofótons, desenvolvida pelo alemão Albert Fritz Popp, que aprofundou os estudos sobre as interações entre fótons individuais e matéria biológica, com a finalidade de analisar o funcionamento interno de células e tecidos em organismos vivos.
Segundo Vladimir Voeikov, biofísico da Universidade de Moscou, “Biofótons são radiações eletromagnéticas coerentes e ultra-fracas, capazes de modular as atividades fisiológicas das células e dos sistemas vivos de ordem superior.”
O Prof. Popp descobriu que os fótons devem ser coerentes, pois assim darão a informação correta para as células, favorecendo as reações químicas adequadas ao estado de equilíbrio. Ele conseguiu provar que todos os organismos vivos, inclusive as células, por meio de campos eletromagnéticos, comunicam-se, ao emitir fótons de luz. Portanto, chegou à conclusão de que todos os sistemas vivos são seres de luz.
Hoje a Cromoterapia é uma técnica terapêutica reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde 1976, é tida como uma das principais técnicas complementares para tratar doenças, tanto emocionais, como mentais e físicas. No Brasil, alguns hospitais já adotam a terapia através das cores para acelerar o processo de recuperação de pacientes.
EXPERIÊNCIA PESSOAL
Maria Dolores Fiúza

Com uma larga experiência na prática da Cromoterapia, visto que tenho trabalhado com essa terapêutica durante muitos anos, fui encarregada de promover a sua implantação no Templo de Oração Holístico Irmandade Vovô Pedro. A orientação consiste na apresentação de conceitos teóricos, da funcionalidade da técnica e as formas de prática e aplicação.

Durante as formações, são apresentados recursos diversos, que podem ser aplicados tanto com clientes, como nos ambientes. Os aprendizes são orientados sobre em que situações se devem usar cores estimulantes ou calmantes; o cuidado que deve ter o cromoterapeuta ao realizar a anamnese e ao elaborar o programa de atendimento etc.
Aula: Relação das cores com a emoção:


Reação: Pés quentes
Vale destacar a importância de orientar os aprendizes sobre a postura do cromoterapeuta, tanto no respeito ao cliente, como em relação às boas práticas que facilitam o atendimento de forma plena.

APLICAÇÃO
A Cromoterapia propõe a aplicação de determinadas cores em locais específicos do corpo, de maneira a revitalizar as partes adoecidas, saturadas, desvitalizadas, atuando nos pontos em que a energia está obstruída ou bloqueada.

Também pode ser aplicada nos ambientes, conforme o efeito que se queira atingir, se estimulante ou calmante, por exemplo.
Slide de Aula Teórica x Atividade

OS CHAKRAS E SUAS CORES
Para aplicação da Cromoterapia, é necessário que se tenha conhecimento sobre os principais pontos de energia do corpo humano, os chamados “chakras”.
A palavra chakra vem do sânscrito e significa “roda, disco, centro”. Esses pontos energéticos são percebidos comumente por videntes sob forma de vórtices (redemoinhos) de energia vital, espirais girando em determinada velocidade, girando e vibrando em pontos vitais de nosso corpo.
Os chakras funcionam como pontos de intersecção ligando vários planos, pois, através deles, nosso corpo etérico se manifesta mais intensamente no corpo físico, captando e liberando energia constantemente.
Quando ocorre uma aceleração ou lentidão em sua vibração, o chakra está em desequilíbrio, e uma das técnicas para balanceá-lo é a Cromoterapia

Os crakras e suas cores correspondentes:
Seguem os sete principais chakras, com o resumo de suas características e as respectivas cores:

1º Básico: localizado na base da coluna dorsal, voltado para baixo. Cor vermelha. Ligado ao elemento terra. Rege os órgãos que dão estrutura ao corpo, às pernas e aos pés. Responsável pela energia de preservação da vida.
2º Genésico: localizado quatro dedos abaixo do umbigo, na região pélvica. Cor laranja. Energia de criatividade. Responsável pela troca sexual e pela alegria.
3º Plexo solar: localizado dois dedos acima do umbigo, ligado ao pâncreas. Cor amarela. Absorve a energia dos alimentos e a distribui pelo corpo. Influencia a relação com a matéria e o poder pessoal.
4º Cardíaco: localizado na região central do peito, no coração, ligado à glândula timo. Cor verde. Canal de expressão dos sentimentos, como amor, bondade, afeição. Responsável por equilibrar as energias de todos os outros chakras, conectando o céu com a terra, pois fica no meio.
5º Laríngeo: localizado na garganta, ligado à tireoide e paratireoides. Cor azul. Responsável pela comunicação, pela expressão das ideias, verbalização e concretização de projetos.
6º Frontal (Terceiro Olho): localizado entre as sobrancelhas. Ligado à glândula pituitária. Cor índigo/anil. Responsável pela intuição, introspecção e visualização. Controla os comandos do corpo, o lobo frontal, a saúde dos olhos e do nariz.
7º Coronário (Lótus de mil pétalas): localizado no topo da cabeça, formando uma coroa de luz. Ligado à glândula pineal. Cor violeta. Está voltado para cima. Representa a sabedoria e a integração com o todo. Conexão com o plano espiritual, com o Eu superior, com Deus. Energiza o cérebro, influencia as funções mentais e a produção de serotonina.
SIGNIFICADOS DAS CORES NA CROMOTERAPIA
VERMELHO
Cor da paixão e da energia. Aumenta a frequência cardíaca, ativando a circulação e o sistema nervoso. Cor poderosa, que deve ser usada para resolver problemas. No entanto, deve haver precaução ao aplicá-la, pois pode provocar nervosismo, ansiedade e compulsão sexual. Usar rapidamente nos pés.
LARANJA
Cor da alegria e do sucesso. Estimula a circulação sanguínea e é também recomendada para tratar problemas respiratórios. Utilizada para fazer energização, pois transmite alegria, é antidepressiva e auxilia na tomada de decisões. Melhora o metabolismo e o sistema digestivo, porém pode elevar a pressão sanguínea.
AMARELO
Cor que representa a luz e a descontração, estimulando também o intelecto. Vitaliza o coração e inspira, porém pode provocar distração, falta de foco. Influencia o dinamismo e a capacidade de expressão. Atua nos olhos ouvidos, ossos e tecidos internos.
VERDE
Representa a esperança e a saúde. Cor ligada à natureza, estimula a renovação, também acalmando as emoções. Auxilia na liberação do fluxo emocional e combate problemas cardíacos, dores de cabeça, insônia, etc.
AZUL
Cor que representa a tranquilidade e a harmonia. Traz paz, serenidade, ajuda na meditação. Tem função analgésica e baixa a pressão. Auxilia nos problemas de garganta e febre.
ÍNDIGO/ANIL
Cor que simboliza a intuição, a compreensão. Indicada para harmonizar e equilibrar o corpo todo. Não possui contraindicações. Purifica o sangue, tem efeito anestésico e coagulante.
VIOLETA
Cor ligada à estabilidade e à paz na consciência. Funciona como anti-inflamatório. Eleva a autoestima e a concentração. Acalma os nervos e os músculos do corpo.
ROSA
Promove afeto, união, amor. Equilibra os relacionamentos pessoais e profissionais.
BRANCO
União de todas as cores, energiza o corpo todo.
RECURSOS UTILIZADOS NA CROMOTERAPIA
Para auxiliar nos programas de tratamento com a Cromoterapia, podem ser utilizadas taças com água colorida, fitas, velas, papéis, cartolinas/duplex, garrafas com água solarizada, pedras, alimentos e bebidas com as referidas cores, além das luzes projetadas sobre o cliente. Pode-se utilizar música instrumental e indução com mentalização das cores.

PASSOS PARA PROCEDER AO TRATAMENTO
- Anamnese – análise geral do quadro do cliente (Ficha de Anamnese).
- Escuta – ter empatia, porém manter o equilíbrio.
- Analisar os campos energéticos.
- Realizar a inspeção visual – registrar os aspectos gerais do cliente.
- Registrar as conclusões – periodicidade do tratamento.
- Marcação dos chakras para aplicação.
- Elaboração do programa.
- Aplicação da Cromoterapia.
REFERÊNCIAS
- BALZANO, Ondina. Cromoterapia – Medicina Quântica. 1 ed. São Paulo: Biblioteca 24×7 2008
- GASPAR ,Eneida D. Cromoterapia: cores para vida e para saúde. 2 ed. Rio de Janeiro: Pallas,2002.
- NUNES, René. Compêndio científico da cromoterapia. 4. ed. Brasília, DF: Linha Gráfica, 2001.
- VALCAPELI. Cromoterapia: A Cor e Você. SP: Roka,1998.
Autora: Maria Dolores dos Santos Fiúza1