Spiritual Undoing
Artigo sobre os principais aspectos relacionados ao desdobramento espiritual. Lauro de Freitas, 23 de agosto de 2018.
Autora: Maria Dolores dos Santos Fiúza1
Cidade: Lauro de Freitas, Bahia.
1Graduada em Letras com Pós-graduação em Psicopedagogia Escolar e Clínica.
Terapeuta Holística Transpessoal. Profissional & Self Coaching. Doutoranda em Educação pela UNR – Argentina.
Presidente da Associação Beneficente Templo de Oração Holístico Vovô Pedro. Coordenadora Geral e docente no Curso de Pós-graduação em Educação Inclusiva, da Novvus3 Educação.
Resumo
Este artigo tem por objetivo apresentar de forma sucinta os principais aspectos relacionados ao desdobramento espiritual, bem como relatar experiências que comprovam o fenômeno, reforçando a importância de conhecê-lo e aplicá-lo em benefício do semelhante.
Palavras chaves: Desdobramento, espíritos, períspirito.
Abstract
This article aims to succinctly present the main aspects related to spiritual disharmony, as well as to relate experiences that prove or pheromone, reinforcing the importance of consistency and applying the benefits of the same.
O Desdobramento consiste na condição que todo ser humano possui de projetar sua consciência para fora do corpo material através da expansão do períspirito. Tal fenômeno acontece principalmente durante o sono, mas também quando cochilamos, quando estamos em estado de meditação profunda, durante alguns processos mediúnicos, em síncopes e desmaios, e até mesmo quando estamos sob efeito de anestésicos.
Apesar de tratar-se de um fenômeno natural, visto que é regido pelas Leis Universais, o ser encarnado ainda possui uma visão limitada, que muitas vezes o impede de vivenciar o processo de desdobramento com tranquilidade. No entanto, ao ter conhecimento e compreendê-lo, o sujeito depara-se com oportunidades especiais de viver experiências transcendentes, ligadas ao plano espiritual.
O períspirito (ou corpo astral) encontra-se ligado ao corpo físico através de um cabo energético: o cordão de prata. Durante a projeção, esse cordão é responsável por transmitir a energia vital do períspirito para o corpo físico, que as retransmite de volta, formando um circuito de energia.

O cordão de prata possui uma elasticidade infinita, e à medida que se expande fica mais sutil. Sua espessura é de aproximadamente 5 cm. Quando está próximo e mais denso, sua cor varia entre azul, verde e alaranjada; mais distante e sutil, apresenta as colorações branca-acinzentada, branca-prateada ou dourada.
Constituído por filamentos energéticos, unidos numa só conexão, o cordão de prata é um fio luminoso que não pode ser rompido por motivo banal, pois a sua ruptura só se dá no momento da desencarnação. Está localizado na cabeça, partindo através dos Chakras coronário e frontal, mais especificamente da fossa romboide, segundo André Luiz, na obra Evolução em Dois Mundos, pág. 167:
Amadurecido para pensar e lançando de si a substância de seus propósitos mais íntimos, ensaiou, pouco a pouco, tal como aprendera, vagarosamente, o desprendimento definitivo nas operações da morte, o desprendimento parcial do corpo sutil, durante o sono, desenfaixando-o do veículo de matéria mais densa, embora sustentando-o, ligado a ele, por laços fluídico-magnéticos, a se dilatarem levemente dos plexos e, com mais segurança, da fossa romboide.
Quando a pessoa desdobrada precisa retornar ao corpo físico, recebe um alerta chamado “aviso admonitório”. Nesse momento, ocorre uma forte tração do cordão de prata, e o corpo astral retorna, acoplando-se ao corpo material.
Durante o sono, quando o Espírito desprende-se do corpo, os laços fluídicos estão mais tênues e isso favorece o fenômeno. Como durante a noite há um momento de maior disponibilidade para agir noutro plano de existência, é mais comum nesse período se dar o efeito.
No desdobramento sabemos que o espírito é atraído para regiões e presenças que estejam em sintonia com ele, através das faixas mentais e de acordo com a procedência moral, bem como suas intenções e seus objetivos. Dessa forma, tanto o espírito transcende como decai.

Entretanto, os graus de desprendimento e lucidez, para os mais sensíveis, ocorrem em estado voluntário, em processo hipnótico: o transe. Alguns se afastam do corpo, mas permanecem no ambiente, em vigília. Não conseguem se desprender totalmente, pois se sentem inseguros.
Outros, mais confiantes e disponíveis, transitam no plano astral, de acordo com o seu entendimento e consciência despertada, sobre as suas reais condições de almas eternas. Estes têm uma desenvoltura maior e conseguem perceber os planos e atividades, como também o ambiente que permeiam, mas isso depende do nível de elevação. As esferas que adentram e que atraem, fora do corpo, são as mesmas da afinidade moral, conforme acima citado: os meios condizentes à sua afinidade vibratória.
Nas tardes de sábado, no Centro Leopoldo Machado, participava de uma reunião destinada à educação mediúnica e, com o decorrer dos estudos, foram descobertas minhas habilidades quanto à expansão do períspirito, visto que desdobrava com certa facilidade para outros planos.
Assim, por me sentir bem confortável e segura – afinal, estava sendo guiada nas primeiras viagens astrais por um Mestre, pesquisador responsável e estudioso, moralmente equilibrado – era conduzida a belas e inúmeras viagens, momentos de total desprendimento e entrega.

A muitas experiências me submeti, tendo ocorrido um belo encontro num plano totalmente elevado, de predominância azul, utilizando comunicação leve e telepática. Foi um reencontro fascinante e encantador, num lugar que nunca mais deixei de visitar e receber as instruções para melhoramento moral e espiritual.
Nessas tardes, as reuniões eram conduzidas a partir de uma oração inicial, seguida de leitura referente ao assunto e relaxamento. Na parte prática, éramos guiados por indução oral e, disciplinadamente, íamos (desdobrávamos) e realizávamos os registros encontrados.

No capítulo 11, do livro “Missionários da Luz”, cujo título é “Intercessão”, vimos uma experiência semelhante à qual tivemos:
“Certa noite, finda a dissertação que Alexandre consagrava aos companheiros terrenos, meu orientador foi procurado por duas senhoras, que foram conduzidas, em condições especialíssimas, àquele curso adiantado de esclarecimentos, porquanto eram criaturas que ainda se encontravam presas aos veículos de carne e que procuravam o instrutor, temporariamente desligadas do corpo, por influência do sono.
A mais velha, evidentemente Espírito mais elevado, pelas expressões de luz de que se via rodeado, parecia muito conhecida e estimada de Alexandre, que a recebeu com indisfarçáveis demonstrações de carinho. A outra, porém, envolvida num círculo escuro, trazia o semblante lacrimoso e angustiado.
– Ó, meu amigo! – exclamou a entidade mais simpática, dirigindo-se ao benévolo orientador, depois das primeiras saudações – trago-lhe minha prima Ester, que perdeu o esposo em dolorosas circunstâncias.
E enquanto a senhora indicada enxugava os olhos, em silêncio, acabrunhadíssima, a outra continuava…”
Nessa passagem do texto, percebemos a experiência retratada de forma clara: o desdobramento da senhora mais velha em acolhimento à prima Ester. Assim, ela busca com irmãos espirituais vibratoriamente elevados o suporte salutar para a reequilibração da prima.
Observa-se através das descrições a interação forte da encarnada, que, através da prática de desdobramento, consegue uma comunicação
harmoniosa, conseguindo ser veículo de cura para o transtorno de angústia apresentado pela prima após partida do ente querido, seu esposo.
Percebemos essa prática durante as reuniões mediúnicas de desobsessão, pois atualmente os médiuns do Templo de Oração Vovô Pedro, já treinados e com uma excelente desenvoltura, conseguem, em transe, resgatar vários espíritos e ainda promover o equilíbrio aos irmãos em sofrimento com a partida dos entes queridos.

Muitos desses médiuns relatam estado semelhante à reação anestésica; outras câimbras, e outros relatam só sentir o peso incapacitando os movimentos. Todos os sintomas os levam ao Universo etéreo, deixando-os, entretanto, lúcidos, capazes de relatar os registros no decorrer do fenômeno.
Sobre esse aspecto, no livro dos Espíritos, a questão 407 sinaliza como há diversidade de reações nesse trâmite:
“É necessário o sono completo para a emancipação do Espírito?”
“Não; basta que os sentidos entrem em torpor para que o Espírito recobre a sua liberdade. Para se emancipar, ele se aproveita de todos os instantes de trégua que o corpo lhe concede. Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, tornando-se tanto mais livre, quanto mais fraco for o corpo.
Assim se explica que imagens idênticas às que vemos, em sonho, vejamos estando apenas meio dormindo, ou em simples modorra.”
Foi constatado que as informações acima citadas evidenciavam as experiências vividas durante nosso estado de vigília ou de sono, pois em várias noites pude observar locais extremamente diferentes às nossas acomodações,
e os retornos se repetiam, e era comprovada a sucessão de atividades, sendo completadas a cada encontro.
Por exemplo, em uma noite, há alguns anos, adormeci e estive em um hospital, acompanhada de um senhor magro, de cabelos nos ombros, terno e tranquilo. Andávamos pelas salas, trabalhando a cura nas pessoas que já não estavam no plano terrestre. Sem o desejo de obter informações em atividade, só sentíamos o desejo de servir. Ao despertar, várias imagens e situações estavam marcadas em minha tela mental, e eu me mostrava totalmente consciente das atividades desenvolvidas. E assim seguiam-se outras noites, dando continuidade aos trabalhos de cura e acolhimento.
Numa outra oportunidade estava deitada no sofá, repousando, depois do almoço, e uma tela de cinema muito grande foi aberta. A imagem era gigante, e nessa tela foi passada a imagem de pessoas com vestimentas de século passado. Havia um soldado com roupa de gladiador, uma mulher com aparência antiga, cabelos com cachos, vestido de época, bordado com detalhes dourados, e durante a conversa deles havia uma desavença ocasionada pela presença do marido dela, e esse soldado estava fugindo de algo para evitar um mal maior. Nesta época eu tinha 23 anos. Acordei, mas era como se estivesse em transe e, diante do que vi, fiquei muito impressionada. Fiquei tão impressionada, que até hoje guardo a imagem com riqueza de detalhes.
Em outra ocasião, quando estive em Buenos Aires, no primeiro semestre do curso de mestrado, apresentei um processo alérgico. Recordo-me de que passei mal no hotel onde me hospedava e essa tela se completou, revelando a sequência das imagens do que tinha ocorrido naquela época. Recentemente estive em Portugal e senti fortemente a presença dessa mesma imagem. Nessa oportunidade, quando, durante um passeio, adentrei um castelo, era como se estivesse num ambiente muito familiar.

Em situação semelhante, uma das companheiras, trabalhadora da Casa, relatou-nos uma de suas experiências com o desdobramento. Contou-nos o seguinte episódio: durante o sono, encontrou-se com sua mãe encarnada e esta lhe falou sobre uma existência anterior, mostrando-lhe as imagens projetadas numa tela em 3D. A projeção revelava que ambas haviam nascido e vivido, em antiga existência, na Europa. Durante esse desdobramento, foram- lhe apresentadas questões do passado, determinantes para a reencarnação de mãe e filha no Brasil.
Vale também registrar que, na noite de 18 de outubro de 2013, estávamos, eu e meu companheiro, organizando o salão da Sede de Buraquinho. Tínhamos encerrado o primeiro encontro festivo, por conta da abertura da Casa. Levamos
10 meses em construção e, como havia ficado tão linda, fizemos uma celebração bastante significativa. Estávamos felizes, agradecidos. Foi quando vimos uma equipe de aproximadamente 12 naves espaciais subindo céu adentro, muito rápido, sem nos dar o direito de agradecer a participação nesse grande ponto de luz, construído com tanto amor! Ficamos horas olhando, e as naves se foram, adentrando o céu.
Dias depois, pude constatar os diferentes tipos de transportes existentes no plano superior, e então me certifiquei da semelhança. Enfim, pude me certificar sobre as visões, já comprovadas e descritas em livros. As naves se assemelhavam aos aerobus descritos na obra Nosso Lar2, de André Luiz.
Só mesmo fazendo essas viagens pude contribuir, dentro das minhas
2Nosso Lar é um dos livros psicografados pelo médium brasileiro Chico Xavier, que compõem uma coleção intitulada A Vida no Mundo Espiritual, atribuída ao espírito André Luiz.
limitações, mas com segurança e certeza, acerca dos recursos muito, mas muito além dos descritos acima, como os apresentados no livro Nosso Lar, obra que traz nos seus escritos a comprovação do que já é divulgado e presenciado em nosso plano.
Interessante, também, para mim é obter, através de pessoas comuns, relatos semelhantes. Ao conhecer um jovem da cidade de Serra Azul, este me relatou uma de suas muitas experiências em estado de desdobramento. Em sua narrativa, revelou que, desligado do corpo físico, se viu voando sobre uma cidade devastada por uma grande batalha, com uma grande cratera ao centro, como se algo tivesse explodido no local. Ele via pessoas com olhar sofrido, desesperado. Quando despertou, não fazia ideia do que estava acontecendo, pois não encontrava sentido no que via. Ficou intrigado e, um tempo depois, resolveu pesquisar, obtendo a informação de que estava ocorrendo uma guerra no umbral, e a mensagem trazia uma descrição da visão que tivera durante o desdobramento: uma cidade semelhante à Síria, completamente destruída.
São inúmeras as experiências a ilustrar esse fenômeno que, quando analisado, estudado e aplicado em suas nuances mais profundas, é capaz de produzir resultados maravilhosos e surpreendentes. Como vimos, em estado de desdobramento, somos instruídos, esclarecidos sobre aspectos de nossa atual existência. Podemos socorrer nossos semelhantes através do alívio de suas dores, produzir curas e auxiliar a Espiritualidade Maior no desenrolar das tarefas que nos conduzem, alegres e confiantes, à prática do Amor Incondicional, atitude imprescindível aos trabalhadores da Seara do Mestre Jesus.
Paz, Cristo!
Referências
1.Kardec, Alan. O Livro dos Espíritos. FEB.
2.Xavier, Francisco Cândido/ André Luiz. Evolução em Dois Mundos, FEB.
3.Missionários da Luz, FEB.
4.Nosso Lar, FEB.
Artigo sobre os principais aspectos relacionados ao desdobramento espiritual. Lauro de Freitas, 23 de agosto de 2018.

